Chove na Cidade Maravilhosa! Muito... Uma chuvinha pra ninguém botar defeito.
Meu glamour ia desmontando, na medida diretamente proporcional à ausência de busão. Quanto mais a chuva aumentava, mais parecia que a hora transcorria mais rápida...
Ao final de 40 minutos, com meu visual cabide que todos conhecem arruinado, vem ele: Cheio. Cheirinho. Entupido eu diria, mas só descobri isso depois que eu já estava na roleta, com um bandigente atrás.
Retroceder seria impossível...
Aliás, eu nem me atreveria, porque nesta hora, a chuva desabou com fúria, que é realmente um sentimento muito, muito feio!!!
Ah, as agruras de um busão lotado, com todas as janelas fechadas.
Pior...
Aquele inconfundível perfume francês Le Cêce d’ Gambet!!!!
Some-se a isso, corpos suados ao meu lado, precisando de Banho, roupa mal lavada...
Comecei a ficar branca, branca, suando e levando a mão repetidamente a boca e tentando em vão, segurar a náusea que me assaltava...
Pensei, é agora, que seu Raul vai já comparecer e piorar as coisas...
A Trocadora, quando viu, compadeceu-se de nós e abriu a janela que fica atrás dela e varreu aquele cheiro fétido de latrina, para longe do meu pobre nariz e da mocinha que estava sentada, segurando gentilmente os 10 Kg que habitam minha mala...
Ô, que alívio.
E o busão enche...
E enche mais um pouco.
E mais um pouco.
Quase 1 hora em pé espremida, de botas maravilhosas com um fantástico salto agulha...
Imaginou.
Puta merda, e o que dizer do piloto, com sua fenomenais freadas.
”deixaeuajeitarestacorjaaquidentrodalatadesardinhas”.
Só vou parar no Mundial, alguém desce??? Não! Então já é!!!
Michael Schumacker ficaria rubro(pra combinar com o macacão da Ferrari) de inveja da perícia do nosso piloto.
Mesmo assim, a viagem transcorria calma.
Pronto a paz reina, busão pé embaixo; Deus tenha piedade, até que, numa parada entra uma gorda afro descendente angolana! Morta de calor.
"Mas como, o pá??? Todas as janelas fechadas e a gente a morrer de calor???"
Tchum, abriu a janela.
Pronto. Começou o frege.
Uma loira Blondor, acompanhada de seu petiz deu um siricutico ,foi lá e tchum fechou a janela.
Ao que a outra abriu.A loira, tornou a fechar.
Abre. Fecha. abre. Fecha!abre!
Ficaram neste puxa encolhe até que a Angolana soltou um sonoro:
"Se fechares esta porra de janela outra vez, parto-lhe o focinho!"
Vixe.
Só faltava esta; porrada ia estancar dentro do coletivo...
A turma do deixa disso entrou em cena, mas a negona, nem tchum, a loira, resmungou mais uns 20 minutos, esbravejou, chamou a mulher de maluca, até que a dita cuja desceu, para nossa paz e alívio.
Gente.
Jamais o Recreio pareceu tão longe!!!