Mostrando postagens com marcador linha 260. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador linha 260. Mostrar todas as postagens

17 de julho de 2009

Gladiadores de Madureira

Se é pra falar de busão eu escrevo com a maior alegria. Principalmente se for pra malhar uma certa linha de que dependo na volta pra casa. O tal busão já tem até comunidade no Orkut: "Eu odeio o 260". Então, já me sinto mais tranquila sabendo que não estou nessa sozinha.

Ninguem tem culpa se eu moro mal e preciso, pra chegar em casa, pegar o metrô, o trem e um onibus (só faltando a bicicleta e a carroça). Mas isso já é outra história. No trem, eu demoro uns 15 minutos pra ir da Central até Madureira, onde desço e aí, começa a guerra pra conseguir pegar o 260!

Pra vocês entenderem, a rua onde tem os pontos de onibus em frente a estação de Madureira (subúrbio carioca), é estreita, mas dá pra fazer duas filas de carro. Aí você está parado no ponto e tem aquela fila de onibus vindos de Cascadura. De onde você está você já consegue ver o busão vindo, mas ainda está lá no final dessa fila, quase ainda em Cascadura. Mas assim como são as pessoas, são as criaturas, algumas vão correndo (léguas e léguas) até onde ele está e entram no onibus. O que o motorista faz depois disso? Sai da fila, passa por trás e vai embora, deixando quem está no ponto com cara de "ué?"
E começa a confusão... Porque se você resolve seguir os espertinhos, mas não tem perna suficiente pra chegar à tempo, você perde o ônibus do mesmo jeito e ainda continua com a cara de "ué?"


Dia desses estou lá nesse corre-pra-lá-corre-pra-cá e já havia perdido seis ônibus!! A fúria foi crescendo dentro de mim! Quando, do ponto, vi que o sétimo onibus, já estava se posicionando para ir por trás. Atravessei por entre os carros e, fiquei lá na rua, na frente dele! Não teve jeito. Ou ele parava, ou me atropelava na frente de todo mundo (o que não seria nenhum espanto se o motorista escolhesse essa opção partindo do 260!).

Quando entrei, acompanhada de várias pessoas também indignadas, perguntei educadamente ao motorista:

- Afinal, o que a gente precisa fazer pra vocês pararem no ponto?

E ele me respondeu em alto e bom som:

- Eu parei lá perto do viaduto, a Senhora é que não correu até lá pra pegar!

Eu já começando a ficar furiosa:,

- Mas lá não é ponto e eu não tenho que correr até lá só porque algumas pessoas fazem isso!

Aí veio a gota d'agua:

- Eu ainda faço o favor de parar e ainda fica reclamando!!!

Eu já estava na roleta, mas não havia passado ainda e a "Maria Conga"rapidamente baixou em mim. Voltei até ele disse:


- Como é que é???? Ainda fez o favor de parar?? Eu tenho que lembrar ao Senhor que as suas únicas funções são dirigir e parar no ponto??

Ele falou alguma coisa entre os dentes que eu não consegui entender porque já estava surda de ódio e continuei:

- Depois vocês ficam chorando, vendendo bala dentro do ônibus e acham que a gente ainda tem que ter pena!

Rodei a roleta e me sentei, meu rosto parecia que estava pegando fogo! E o silencio foi geral! Mas o ônibus foi seguindo, as pessoas descendo... Foi aí que me lembrei que eu desceria no ponto final. Pensei: "esse cara deve estar pensando que estou indo falar com o fiscal, e se ele para antes, com o ônibus vazio e faz alguma coisa comigo?"

Mas como não sou de me acovardar, estiquei o corpo, levantei a cabeça e fiz cara de quem não tá nem aí. Chegamos no ponto final, só eu e ele. Ele abriu a porta e eu desci batendoo pé.

Se algum dia eu for atropela "sem querer" na rua, provavelmente vocês já desconfiarão quem pode ter sido o autor do "descuido"!!

Por Tutti
http://brincando-com-palavras.blogspot.com/


ŒŒ• Free Blogger Templates Autumn Leaves by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP