21 de julho de 2009

Transporte Alternativo. Educação Clássica.

Nem foi há tanto tempo assim que aconteceu, mas eu ainda estava trabalhando. Saía de casa por volta das seis da manhã todos os dias; de segunda a sexta. E, por mais que eu usasse RioCard, nem sempre ele facilitava a minha vida. Neste dia, especificamente – Segunda-feira, se não me falha a memória – eu estava atrasada. Mas, não MUITO atrasada não. Ia dar tempo de eu chegar no horário e tal.

Enfim... É sabido por quem lê o Mulheres ou o meu blog que Murphy governa os meus atos e passos. Se estou numa balada, por exemplo, acho um carinha interessante e começo a encará-lo, fazendo a minha estada ali ficar no mínimo interessante... Segundos depois aparece uma criatura do sexo feminino e tasca mó beijão no dito cujo, me “xoxando” completamente, como diria minha amiga Engraçadinha. Ou então, eles me olham, eu olho de volta... E a mulher em questão me olha de volta como se eu fosse a maior piranha que já existiu. E, vocês sabem que não sou eu.

O caso é que se pra vida sentimental a coisa já funciona assim, imagina pra profissional. Tinha o Mestre dos Magos (um dos meus ex-chefes no último emprego, do qual eu saí há quase 1 mês), tinha o Engenheiro gato e tinha o gerente da ADM... E freqüentemente um dos três tirava o dia pra me torrar a paciência. E me torraram nesse dia, inclusive. O dia que eu resolvi sair de casa pra trabalhar SÓ com uma nota de cinqüenta reais. “Peraí, Dani! Cinqüenta reais às 6 da manhã?”
Daí que eu te pergunto: Qual o problema?

Motorista de ônibus costuma ter troco! Os de Kombi, também. Eu não sou obrigada a economizar todas as moedas e notas de 1 ou 2 reais que eu acho na minha bolsa/carteira, sou? Ah, bem. Vocês, nobres mortais, devem pensar como eu. Mas não aquele infeliz daquele motorista da Kombi.

Sentei na Kombi um pouco depois de 05h40 da manhã. Estava frio, chovendo e eu, assim que sentei, perguntei:

- Moço, o senhor teria troco pra cinqüenta? Porque sinceramente não tenho os dois reais “completos” de moeda pra pagar o senhor.

Ele? Ah! Como se ele se importasse comigo, pobre mortal. Continuou a escutar seu funk (é... as rádios do RJ tocam funk às 05 horas. #fail) e a não me dar ouvidos. Primeiro ponto de ônibus:

- Moço... E meu troco, o senhor vai ter? - Ao que ele, pra variar, não respondeu. E era a segunda vez que eu estava perguntando. (Já puta da vida, claro)

Passou o terceiro, o quarto, o quinto e o sexto ponto. Quando estávamos quase chegando, ele pediu: - Poderia adiantar a passagem, por favor?

Isso me leva a uma exclamação: É UMA FALTA DE EDUCAÇÃO HORRÍVEL ESSE HÁBITO DOS MOTORISTAS E COBRADORES DE VAN FICAREM PEDINDO O DINHEIRO AOS PASSAGEIROS! PARECEM UM BANDO DE PEDINTES, MENDIGANDO R$2,00! #prontodesabafei

(Não tenho nada contra mendigos e pedintes, mas é revoltante. Aliás, isso me lembrou outro causo, que deixarei pra um próximo post! – Se as meninas me permitirem, é claro! rs)

E aí que eu, já sem paciência, saquei a nota de cinqüenta reais da carteira e dei na mão dele. Ao que ele reagiu carinhosamente:

- Porra! Tu ta de “sacanage” comigo, né!? Quase seis da manhã e você me surge com uma nota de cinqüenta Reais? Essa porra é o quê? Carro forte? Banco? Óbvio que não tenho troco!


- Senhor, eu perguntei assim que me sentei se o senhor teria o troco.



- Perguntou o caralho! Desce dessa porra logo e não precisa me pagar nada não!

Eu já ia pegando as moedas que contabilizavam no total R$1,90 quando ouvi o “caralho”. O sangue subiu na hora e eu desci completamente do salto:

- Quer saber? Eu to mantendo a minha compostura e educação até aqui, mas como o senhor não me permite... VÁ TOMAR NO OLHO DO SEU CU! Por essas e por outras que eu estou aqui, indo para um trabalho digno, com carteira assinada, numa empresa bem conceituada no mercado e você está aí atrás de um volante de uma Kombi caquética, caindo aos pedaços, mendingando por dois míseros Reais. Tudo bem que deve ser muito pra você, mas pra mim não é. (Joguei as moedas por cima da cabeça dele!). Aí tem R$1,90. Não sei o que você vai comprar com isso, mas que faça bom proveito. E depois disso, que você VÁ SE FODER, SEU FILHO DE UMA PUTA!

Bem assim.


Em raríssimas vezes na vida eu desci do salto desse jeito. Mas, lavei minha alma e estou mesmo muito feliz por tê-lo feito.

Óbvio que eu corri um puta risco, estando no Rio de Janeiro e existindo a chamada “máfia das kombis”, mas quando o sangue sobe, a última coisa que você pensa é que um babaca desses vai te sacar uma arma.

Nos 5 segundos que eu levei pra me recompor e sair da Kombi eu pensei nisso e “piquei a mula”. Corri o mais rápido que eu poderia correr. E não me arrependo.

Até por que, é como dizem por aí: “Quem tem cú, tem medo”. E que bom que o meu está a salvo por enquanto!




Por Dani Antunes

http://dani-antunes.blogspot.com/
http://www.mulheresalacarte.blogspot.com/

5 comentários:

Fernanda Freitas disse...

Casa sempre aberta pra todos os posts que quiser, Dani!
Precisando, empresto um protetor anal para tratamento máximo de medo.

Ma Albergarias disse...

Porra, se arriscou nesta hein, malhada...

danielblanco disse...

Caraio. que isso???
Tava doida pra tomar uns tiro nus córnos??
"Tá pensando que você é o que? Videogame que perde uma vida e volta com outra novinha?" rsrsrs

Mas parabenizo vc, atitude correta. Esses caras aproveitam quando é mulher para falar essas coisas. Se fosse um cara fortão dizendo q não tem trocado, o motorista ia virar "A MOTORISTA". #prontozuei hhehe

Dani disse...

Aff, lembro bem da minha fase andando de kombi e afins no Rio!! Puta povo mau educado e chato!!! Apesar de ter me sentido de alma lavada vc correu um risco doido ne?!!?
Mas eh assim mesmo... na hora da raiva a gente nao pensa!!! rs
Beijos, Dani

esalinasvega disse...

Oi Menina, pena que eu esteja vendo sua irritação 6 meses depois de ter sido colocada. Realmente a educação dos meus colegas de trabalho, tb sou motorista de kombi, deixa muito a desejar. Por outro lado encontramos pessoas que nos enfiam notas de valor alto, exatamente para que a gente na falta de troco, não cobremos a passagem.
Quanto ao estar atras de um volante de kombi, você tem toda a razão, é necessidade, falta de capacidade ou de atributos que nos levem ao trabalho formal com carteira assinada.
Não se assuste com a cara feia, nem com o funk do motorista, eles ainda não perceberam, mas essa falta de tato para lidar com o público, permite, faz que nosso trabalho que poderia ser digno, esteja em fase de extinsão
Eduardo Salinas Vega


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